Thursday 22 October 2009
Tuesday 15 September 2009
"onde tu estiveres"
Sunday 12 July 2009
metade da minha vida
Friday 10 July 2009
Tus ojos
Tuesday 7 July 2009
Monday 6 July 2009
Ferdy
Thursday 25 June 2009
cinco mangas
Oito da noite (aqui os dias não são tão longos como em casa). Oito e pico. Ilha de Santiago, cidade da Praia. Café Sofia: esplanada. O computador ligado em cima da mesa absorve quase toda a minha atenção quando, de repente, sinto uma mão pequenina a puxar-me o vestido. “temos fome!” diz a porta-voz de quarto meninas de pele negra, negra, negra. Olho para cada uma delas. Uma ainda é bebé de fralda. Sorrio e digo: “não tenho dinheiro mas tenho mangas… querem?”. Abrem-se sorrisos e iluminam-se os olhos de todas elas. “Sim, sim!!!” A bebé faz que sim com a cabeça. Dou uma manga a cada uma. Agradecem e correm de volta para as brincadeiras, junto às mães que vendem pequenezas na praça. Passados poucos minutos, arrumam as coisas e vão embora. Todas elas me acenam, de mangas na boca, e sorriem. E eu sorrio de volta e digo “até amanhã!”.
E o sorriso não se desfaz. Porque a beleza está nos pequenos segredos, nas pequenas histórias, no imbatível encanto da simplicidade. Porque quarto meninas de pele negra, negra, negra deixam-me uma manga para eu comer também.
Sunday 14 June 2009
Friday 12 June 2009
Tuesday 9 June 2009
Procurando Camões
Eu cantarei de amor tão docemente,
Por uns termos em si tão concertados,
Que dois mil acidentes namorados
Faça sentir ao peito que não sente.
Farei que amor a todos avivente,
Pintando mil segredos delicados,
Brandas iras, suspiros magoados,
Temerosa ousadia e pena ausente.
Também, Senhora, do desprezo honesto
De vossa vista branda e rigorosa,
Contentar-me-ei dizendo a menor parte.
Porém, pera cantar de vosso gesto
A composição alta e milagrosa
Aqui falta saber, engenho e arte.
Luís Vaz de Camões
(ilustração de fonte desconhecida)
Thursday 4 June 2009
"Não se perdeu nenhuma coisa em mim"
Sunday 31 May 2009
Monday 27 April 2009
Friday 17 April 2009
Liberdade
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...