Se eu, hoje, encontrasse uma lâmpada mágica, pediria ao senhor génio que me levasse a um tempo-lugar onde pudesse vê-la de perto, onde pudesse ouvir as histórias que me quisesse contar e onde pudesse apertá-la num abraço de dizer obrigada sem usar palavra alguma. Se eu pudesse, hoje, era o desejo que pediria.
Que nenhuma estrela queime o teu perfil
Que nenhum deus se lembre do teu nome
Que nem o vento passe onde tu passas.
Para ti criarei um dia puro
Livre como o vento e repetido
Como o florir das ondas ordenadas.
Sophia de Mello Breyner Andresen
(ilustração de Cecilia Afonso Esteves)