Era uma vez a loucura
Vestida de amarelo.
Nos pés levava flores azuis.
Não! Eram roxas.
E pisava uma espécie de chão
(porque há chãos de muitas espécies)
que parecia cor de erva crescida.
Não a vi muitas vezes
ao longo da espera apressada.
Mas ainda hoje a escuto
da boca dos patos e das gaivotas.
E, se escutar com atenção,
quase lhe percebo as palavras
que não são de literatura
mas de suspiros quentes e papagaios ao vento.
A loucura sabe que alguém a escuta.
Por isso não morre.
Porque se alimenta desses alguéns
que alentam a alma com o entardecer.
30 de outubro de 2002
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4 comments:
obrigada pela chave para aqui chegar
abraços : )
a loucura ... cura?
obrigada por chegares, dora :) é bom ter-te aqui...
e sim, a loucura cura. sim. sem literatura, a rodopiar (a uivar)... e é da cor dos entardeceres com sol de inverno. cura... é... pois.
***:)
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