Thursday, 15 March 2007

Ode à sublime pêra


Pera numero Uno by Josef Codina


Pêra amar-vos com tal fulgor
em meu pobre coração
devíeis ser um príncipe sem nome
de um reino desconhecido
e alheio aos demais.

Pêra guardar-se em vós
o meu pensamento cristalizado e reflorido
ter-me-íeis trazido uma rosa.
Não, uma outra flor
também sem nome.
A mais ínfima e maravilhosa das flores
com os vossos desejos pincelados em cada pétala.

Pêra levardes o meu coração
bordado num lenço de mão
teríeis de chegar num cavalo
feito da cor dos vinhos quentes de inverno
e dele desceríeis
para coser ao meu o vosso coração.

Pêra amar-me também,
abriríeis as asas sem fim
com que abraçais o mundo
e eu voaria também
até ao mais alto dos céus,
pêra em vós me enlaçar e me prender
até chegar à maior das liberdades
e ser livre até morrer.

i. (18.Fev)

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