O dia, hoje, acorda com um pequeno desafio: fios de lápis, palavras de papel, flores de tecido, asas de tintas e cores distintas, tudo é benvindo para dar forma, aqui, a esta história. ou melhor, a estas duas histórias, uma pequena e uma ainda maispequena que se cruzam, entrelinham e entrelaçam. na verdade são uma só. pois. com duas caras, duas cores, dois sabores de dois nomes que se misturam. porque eu gosto de brincar com palavras e comer sopas de letras... e gostava de ter as vossas cores neste meu menu. aqui, digo. neste sítio sem lugar, só para encher de cores um pedacinho deste meu mar. alguém se atreve a começar? a partilhar? basta deixarem aqui uma pista. eu sigo-vos, depois. e, desde já, obgrigada!
então, cá vai:
O rol do caracol
Era uma vez um caracol que vivia de perguntar. O seu cardápio de perguntas era imenso: onde moravam as flores antes de nascerem, de que era feito o canto dos melros, quantas princesas existiam na Austrália, a que cheiravam as asas das fadas no Norte, quanto pesava uma mensagem numa garrafa, que tipo de peixes apanhavam as redes de caminhos-de-ferro, enfim, o rol era inesgotável!
É claro que, para encontrar respostas para as perguntas mais difíceis, às vezes era preciso viajar até muito longe. E de tanto mundo calcorrear, o caracol que vivia de perguntar não tinha outro remédio senão levar às costas não uma casa, como qualquer outro caracol, mas um quarteirão inteiro.
Assim, levava sempre consigo: o gato cinzento da janela da casa amarela; os dois primos em primeiro grau que jogavam à bola e tiravam macacos do nariz; a senhora dona Ignácia que, todas as tardes às cinco em ponto – impreterível e independentemente do fuso horário – servia um chá de pétalas de papoila egípcia com biscoitos de mel e hortelã-pimenta a acompanhar; um canteiro de flores pequenas e desconhecidas que regava dia sim, dia não; e um projector de filmes antigos para as tardes de chuva mais longas.
Como o caracol vivia de perguntar, sempre que sentia um rato a roer-lhe a barriga com fome de novas respostas, empreendia uma nova aventura por esse grande mundo afora, em busca de saciar a sua curiosidade.
Ele, o gato cinzento, os dois primos em primeiro grau, a senhora dona Ignácia, o canteiro de flores pequenas e desconhecidas e o projector de filmes antigos.
Por sorte, ainda lhe faltava muito caminho por percorrer e de fome não morreria certamente.
A menina lilás
Era uma vez a menina lilás que andava a passear pelos Açores. Encontrou um caracol e perguntou-lhe: “Tu não és o caracol do rol?”
a primeira já chegou! da Filipa Crespo:
(obrigada, filipa! é um encanto! )
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
4 comments:
aguarelas. aguarelas sem dúvida, líquidas e garridas.
fiquei apaixonada.
este é diferente, mas queria ainda assim partilhar
sucessoes.blogspot.com
beijo mais próximo, para combater distâncias invisíveis e inexplicáveis. nuvens em forma de animais fantásticos e castelos.
....para onde posso eu enviar uma imagem....:)?*
que liiinda história...!!!!!:)****
ai, que eu nunca me lembrei, não sei porquê!!!!!, de passear aqui pelos dias antigos do teu blog... uma pateta, eu!!!! preciso de urgentemente de tempo para ser muiiiito feliz a conhecer o que me falta...***
.....:*)...:*)!***
Post a Comment