
hoje é dia de lembrar saudades. é dia de perceber que quando alguém morre, a falta que esse alguém nos faz nunca desaparece, nem diminui, nem acalma. apenas se transforma. se harmoniza com os restantes elementos do quotidiano. mas não desaparece, nem diminui, nem acalma. hoje é dia de saber que metade da minha vida foi vivida com ela e outra metade já existe sem ela. e ela está sempre presente. a falta que me faz não desaparece, nem diminui, nem acalma. apenas se transforma. às vezes aparecem borboletas brancas. às vezes acendem-se os candeeiros à minha passagem. acontece a todos, sei que sim. mas eu presto atenção. porque às vezes é para mim. e mesmo que a falta do riso e do abraço e do mimo de mãe-que-há-só-uma que não desapareça, nem diminua, nem acalme, hoje é dia de lembrar o último desejo realizado. 14 anos passados. e a saudade não desaparece, nem diminui, nem acalma.