
[ ziggomatite aguda ]
uivos e sussurros
braços abertos
[tatuagem]
lua cheia
aluáa
júlia
aqui
silêncio
rodopio
binóculos
borboletas
parede de vidros
(título e ilustração: Gabriel Pacheco)
Chamo-Te porque tudo está ainda no princípio
E suportar é o tempo mais comprido.
Peço-Te que venhas e me dês a liberdade,
Que um só de Teus olhares me purifique e acabe.
Há muitas coisas que não quero ver.
Peço-Te que sejas o presente.
Peço-Te que inundes tudo.
E que o Teu reino antes do tempo venha
E se derrame sobre a Terra
Em Primavera feroz precipitado.
Sophia de Mello Breyner Andresen
(imagem de Miguel Tanco)
Sophia de Mello Breyner Andresen,
Obra Poética I, Caminho